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terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Araguaína: UPA que custou R$ 2 milhões e nunca funcionou é alvo de investigação

Prédio está pronto desde 2011, mas nunca foi utilizado.
Prefeitura diz que repasse da união é insuficiente para manter a unidade.

O Ministério Público Estadual abriu um inquérito para investigar a obra de uma Unidade de Pronto Atendimento em Araguaína, no norte do Tocantins. A UPA da Vila Norte atenderia quase metade da população do município. Ela foi concluída e equipada no final de 2011, mas mais de cinco anos depois, nenhum paciente passou por lá.

O motivo alegado pela prefeitura para o não-funcionamento é que o repasse do governo federal é insuficiente para manter os serviços na unidade. Em janeiro de 2014 a gestão informou que o valor mensal aproximado para que a UPA pudesse funcionar era de R$ 1 milhão.

O MPE agora investiga qual o tamanho do prejuízo aos cofres públicos. "Queremos saber porque o município construiu duas unidades se tinha necessidade apenas de uma e qual a destinação que será dada para esse prédio público, uma vez que a comunidade está desassistida na área da saúde", disse o promotor Airton Almicar Machado, que cuida do caso.

O prédio já apresenta sinais de abandono, com infiltrações e goteiras. A obra foi feita no governo Valuar Barros (DEM) e passou os quatro anos do primeiro mandato de Ronaldo Dimas (PR) sem destino certo.

Quem mora na região se incomoda com a situação. "Moro aqui há mais de 15 anos, vi começar e terminar isso aqui [o prédio]. Só que está aí acabando", comentou Rômulo Florindo.

Segundo a Prefeitura de Araguaína, a obra e os equipamentos custaram mais de R$ 2 milhões. "A administração precisa ser regida pelo princípio da continuidade. Não é porque uma obra foi iniciada em uma gestão ela não irá ser concluída ou posta em prática na outra gestão. Porque se não existe um desvio de dinheiro, uma falta de planejamento e prejuízo ao erário", disse o promotor.

A cidade tem outra UPA, mas ela fica do outro lado da cidade, no setor Araguaína Sul. "Com essa unidade fechada a gente tem que ir longe e quando chega lá não tem médico", reclamou a diarista Alice Alves.

A prefeitura afirmou que o prédio da UPA vai se tornar um centro de atendimento especializado em saúde da mulher, mas não deu um prazo para isso acontecer. Disse ainda que vai prestar todas as informações solicitadas pelo Ministério Público, assim que for notificada sobre o inquérito.




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